quinta-feira, 6 de abril de 2017

O mistério da caixa...

Quando pequeno ouvi intrigado uma lenda grega bem conhecida, a lenda de Pandora. Já me contaram uma vasta quantidade de versões, mas a mais repetida e conhecida diz mais ou menos o seguinte:




Foi a primeira mulher que existiu, criada por Hefésto (Deus do fogo, dos metais e da metalurgia) e Atena (Deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da arte, da justiça e da habilidade) auxiliados por todos os deuses e sob as ordens de Zeus. Cada um lhe deu uma qualidade, beleza, inteligência, persuasão, graça, paciência, meiguice... Mas Hermes pôs no coração de pandora a traição e a mentira. Ela foi dada para Epimeteu, irmão de Prometeu (o que roubou o fogo) e este, encantado com a beleza da moça, desposou-a.


Epimeteus tinha uma caixa, também conseguida com os Deuses, que continha todos os males. E apesar dos avisos para não abrir a caixa Pandora não resistiu a curiosidade e libertou todos pelo mundo. Exceto um, que ela conseguiu deixar na caixa fechando-a antes que escapasse. A esperança.


A história tem diversas interpretações, mas quando escutei pela primeira vez o que me intrigou foi: o que diabos a esperança estava fazendo na caixa com todos os males?! Afinal, a esperança não é uma coisa boa? Não é o que nos mantém empenhados em uma idéia ou missão mesmo quando tudo parece dar errado? Para estar na caixa dos males só se ela fosse um mal. Pois é, depois de colher algumas experiências da vida, de pensar sobre essa pegadinha das lendas, de sentir na pele os efeitos que a esperança pode causar eu entendi o que ela estava fazendo na caixa e porque só ela ficou lá.


A esperança é um câncer dos mais malignos, em metastase, já na corrente sanguínea. Ela só aparece quando Certamente há alguma explicação linguística pra isso.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Maturidade e Incerteza

Nunca foi tão claro pra mim um conceito da física: O tempo é relativo. Ele passa de forma engraçada... As vezes os poucos segundos de espera por um elevador são uma tortura interminável quando vc está com pressa. As vezes três anos passam e vc não sabe nem o que te atropelou...
O fato é que sinto que nesses três últimos anos amadureci e aprendi mais coisas que em todo o resto da minha vida. Noventa por cento de tudo que sei sobre_viver (e aqui cabe o trocadilho) aprendi em aproximadamente dez por cento da minha vida. Ainda não me encontrei plenamente, mas ao menos já tenho a certeza de que nunca vou me encontrar plenamente. Não estou buscando um lugar, estou trilhando um caminho sem final.
Com essa certeza eu tenho feito escolhas que deixaram meu caminho mais leve e minha vida mais feliz. Sinto-me realizando profissionalmente e academicamente - estou seguindo consciente em uma direção com muitas possibilidades, mas as escolhas são minhas! O período inicial dessa jornada profissional é árduo. Três anos de babacada e muita desilusão, alguns amigos e a certeza que posso fazer alguma coisa pra melhorar algo que precisa e merece melhorar.
No campo do coração estou tranquilamente entrando em uma tempestade tropical das mais deliciosas! Reencontrei uma pessoa que no passado era apenas figurante na minha vida (apesar de já apresentar características interessantes) e transformei essa pessoa em protagonista. Uma mulher linda, inteligente, sexy, quente, com um humor de PH ideal, carinhosa, livre... Complicada, ciumenta, imprevisível, confusa, indecisa... Ou seja, perfeita com seus defeitos!
Estou totalmente apaixonado. Ou seja, apaixonado das duas maneiras que acredito... tanto por escolha quanto por admiração. É a mulher que me fez (e faz) mais feliz até hoje. Apesar de nunca ter me dito claramente "eu te amo" e de já ter me dito que ainda ama o "ex-que-não-deu-certo" parece que nunca me senti tão amado.
Pra começar, nosso reencontro, aproximação, romance, atração física, etc, tem acontecido de uma maneira muito sincera, verdadeira, gradual e constante. Construir um relacionamento com base na verdade, na liberdade, no carinho, na humildade de saber que erra e na certeza de que vai fazer tudo pra não errar mais é gratificante. Dessa forma o relacionamento não esconde o quanto sou humano e falho, mas mostra o que de humano tenho de mais bonito. E certamente por essa mulher vou lutar até o fim. Ela merece meu esforço e eu mereço me esforçar e conquista-la todos os dias, sendo eu mesmo, o que é mágico, pois não preciso ter medo de me perder.
Nesses três anos de aprendizado árduo e intenso me achei e tirei um peso enorme dos ombros. O peso de não saber pra onde ir e me importar com isso. Agora sei que o mais importante carrego no peito e as verdadeiras escolhas que faço são puramente éticas e principalmente escolhas de quem trazer junto a mim na caminhada. Descobri que não devo lutar contra meu jeito e muito menos me envergonhar dele. Apenas reconhecer as fraquezas que tenho e tentar ao máximo minimiza-las. Sei que sou um amante do caos, o que me atrai é o diferente, o complexo, o delicadamente imprevisível. Por isso percebi tão rapidamente que amo essa mulher. Sinto que tenho muito a aprender com ela e muito a ensinar. Sei que posso faze-la muito feliz. equilibrada, satisfeita, como sei que já faço. Tivemos férias maravilhosas, casal perfeito. No geral temos uma ótima sinergia, mas claro que em alguns momentos de desequilíbrio... e mesmo esses parecem muito equilibrados rsrs...
Essa semana que passou eu senti um pouco a incerteza que acompanha o caótico. Ao mesmo tempo que ela falou e demonstrou que quer ficar ao meu lado e que eu já faço parte da vida dela, mostrou-se dolorosamente (pra mim) atrelada ao relacionamento passado. Nem tudo é perfeito, mas esse espinho na minha carne as vezes me machuca demais... principalmente porque ele pode ser pivô de uma infecção que me necrosaria o coração. Me faço de forte, como sempre... mas já aprendi que esse comportamente é um defeito auto-destrutivo que tenho. Mas não me sinto a vontade de falar com ela sobre isso... porque falar com ela significaria uma cobrança, mesmo que indireta. Eu ainda tenho o excesso de justiça em achar que as pessoas não merecem carregar meus fardos.
Sabendo desse problema eu decidi arrumar uma forma de desabafar, de me abrir. Até porque ele já estava se refletindo no meu comportamento. Exageros no orkut e até mesmo uma necessidade exagerada de falar "eu te amo"... quase como se estivesse gritando no penhasco esperando o eco. Mas sei que na verdade não é minha voz que quero ouvir. É sim a voz dela a dizer "eu te amo"... Ouvi duas vezes isso - cochichando na verdade - e sem uma confirmação, na verdade ela ficou com vergonha (talvez por sua insegurança sobre isso). E as duas vezes conquistei essas declarações não como um eco da minha própria demontração de amor, mas sim por merecer por quem sou. Eu quero mais! E por isso não vou forçar a barra... ela merece o esforço de um relacionamento construído calmamente e de forma bonita e gradual. Até porque, eu vejo, de verdade, que temos realmente tudo pra nos casar, ter filhos bem criados, ter uma vida juntos de muitas aventuras, aprendizados, desejos realizados e saciados, felicidade, liberdade de escolher estar juntos!

terça-feira, 9 de março de 2010

Anos parado... E um post ainda incompleto por vir. Mas como diz Peter Drucker (eu acho): "Don't confuse motion with progress" Então só pra sair da pasmaceira...




Mr. Scarecrow
Cássia Eller e Hebert Viana

Hey, Mr. Scarecrow
You can't close your eyes
Can't fold your arms
You are always standing still
Watching days pass by


Hey, Mr. Sacarecrow
In this never-changing view
Of these ever-changing fields
It wouldn't seem unreal to see you cry
To see you cry
But maybe, maybe it was just the morning dew


Hey, Mr. Sacrecrow
If you could walk
If you could see the world
If someone could break your heart
Wouldn't you feel tempted
To come back to these fields
And feel no pain
Just sun and rain to make you fall apart
I've seen you cry
I think I've seen you cry
But maybe
Maybe it was just the morning dew


Wouldn't you feel tempted
To come back to these fields
And feel no pain
Just sun and rain to make you fall apart
I've seen you cry
I think I've seen you cry
But maybe
Maybe it was just the morning dew

sexta-feira, 21 de março de 2008

O Propósito do Propósito




Muito tempo se passou desde minha última postagem. Mas eu ainda reservo tempo para pensar em coisas que valham a pena serem escritas neste espaço, sob meu ponto de vista - claro.

Tenho pensado muito sobre os acontecimentos recentes da minha vida e como eles foram, são e imagino que serão muito instrutivos. Sábio o ditado popular: Aprende-se mais na dor do que no amor...


Tenho elocubrado insistentemente sobre um ponto em particular. O propósito das coisas. Ou melhor, a falta de propósito.


Muitas informações sobre a sequência evolutiva do homem permanecem enterradas em lacunas indecifráveis para nossos atuais conhecimentos. Mas alguns fatos são quase inegáveis. Primeiro, nós sobrevivemos. Mais do que isso, em algum momento, contra todas as estatísticas da improbabilidade, o primeiro Homo Sapiens (provavelmente primeira) surgiu. Mas a estatística, por mais improvável que seja, se curva ao tempo, visto que este é supostamente infinito.
Há teorias que apontam nossa existência como concomitante à outras espécies hominídeas, que já foram extintas. O fato é que a nossa persistiu e evoluiu até aqui. Como?

Uma das caracteristicas que, para mim, foi fundamental para nossa sobrevivência e evolução é a capacidade intelectual complexa do Homem. Levo em consideração os múltiplos aspectos da nossa conciência: Capacidade de abstração, previsão e análise de situações, adaptabilidade... Enfim, não sou especialista nisso, mas entendo que nossa mente possui diversos artifícios que contribuíram para nosso desenvolvimento.

Entretando nem todas as características do intelecto humano são necessáriamente um fator evolutivo relevante. O paleontólogo Stephen Jay Gould e a paleoantropóloga Elizabeth Vrba "cunharam" o termo exaptação que demonstra bem como uma característica pode não ser fruto da evolução adaptativa.

"Exaptação é uma adaptação biológica que não evolui dirigida principalmente por pressões seletivas relacionadas à sua função atual. Em vez disso evoluiu por pressões seletivas diferentes relacionadas a uma adaptação para outras funções, até que eventualmente chegou a um estado ou construção em que veio a ser utilizada para uma nova função." [Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Exaptação ]

Ou seja, algumas características simplesmente estão lá, mas não tem necessariamente uma função direta de sobrevivência. Para mim, uma dessas características é a tendência do Homem em dar propósito a tudo que acontece e a todas as coisas.

Atribuimos uma ordem de finalidade à coisas inanimadas e eventos naturais ou aleatórios. Por exemplo, as núvens existem para chover, a chuva existe para molhar as plantas... Nossa noção de tempo - baseada no nosso tempo médio de vida e na própria percepção - contribui para que alguns eventos sejam complexos ou demorados demais para imaginarmos que a probabilidade seja responsável por sua existência. Então damos motivo pras coisas.

Culturalmente viver sem motivo ou destino torna a existência simplesmente vazia, insuportável. Que eu saiba, todas as culturas estudadas até hoje criaram algum tipo de divindade e algum tipo de ritual para os mortos ou a morte. Mesmo civilizações que apareceram e cresceram totalmente afastadas das demais. Será esse mais um indício de que essa tendência de dar propósito às coisas é inerente ao Ser Humano? Difícil saber...

Esse assunto merece um estudo profundo, uma analise acurada e discussões intermináveis, mas enquanto eu não faço isso... fico com as palavras do poeta, músico e cantor Paulinho Moska...

"Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera."


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Metáforas, Músicas e outras Artimanhas... TIME...

Pois é. Nossas capacidades, lingüística e de abstração, trazem no bojo uma possibilidade interessante: Transformar sentimentos, sensações, pensamentos complexos e outras coisas em palavras pode ser uma tarefa árdua. Até mesmo para reproduzir em palavras um acontecimento ou aspiração nós podemos nos enrolar.
Então nós "aprendemos" as metáforas... e outras artimanhas. Com elas nós podemos ser tão vazios quanto plenos em nossas tentativas de comunicação. Podemos extrapolar o sentido simples das palavras e realmente expressar alguma informação extra. Ou simplesmente falar algo sem o menor objetivo ou significado real.
Mas cuidado! O propósito de uma mensagem é sempre ser captada perfeitamente pelo destinatário. Entretanto com metáforas isso se torna perigosamente instável. Já que elas dependem de muitos fatores alheios aos signos das palavras que as montam.
Nossa comunicação já é imperfeita normalmente. Palavras com vários sentidos, detalhes lingüísticos sutis e principalmente a diversidade de coisas que temos que representar impedem que tenhamos (atualmente) precisão real no que falamos, escrevemos etc. Mas isso já começa a entrar em outro campo, o do mistério da consciência e da diferença entre o que É e o que é percebido.... Material para posts futuros.
Certo, as metáforas e outras artimanhas são uma tentativa de facilitar nossa comunicação, uma válvula de escape para liberarmos tudo que está preso e precisa ser dito. Eu particularmente uso muito destes artifícios. Às vezes me ajudam, às vezes me atrapalham... Mas é minha maneira de expressar. E sempre, sempre tenho uma música (ou várias) na cabeça para representar, mesmo de forma distorcida, tudo (ou parte) que penso e sinto.
Aí está uma que representa em parte o que está em meu "coração" e em minha cabeça...


Time (tradução)

Angra

Composição: André Mattos e Rafael Bittencourt


Agora eu quero saber o que a vida significa...
para vivê-la de novo
Eu olho para frente, sinto a luz brilhar em meus olhos
E agora eu sei, meus instintos não estavam errados
E muitas coisas podem ser feitas
Eu não acredito agora
Que estou sonhando sozinho

Oh, estamos procurando pelo amor
que todos tem, mas não podem ver
Oh, além da carne e do sangue
há muito escondido atrás
como muito mais que teremos de dar

Sanidade trás a loucura
que mantém suas ilusões trancadas
em uma pequena caixa
Vem o medo, você se encontra sozinho
em uma jaula de conclusões apertando sua mente
Você se senta arqueando a cabeça
Toda resposta - sim
Por quê você não confia em mim
e expõe seus medos
Escorrendo as lágrimas que você conteve
agora cobrem seus olhos
- Isso é bom para você ?

Eu estarei aqui quando o fogo queimar !

Bem vindo a bordo
aqui em cima é o navio de sua vida
Tão podre que irá naufragar
Serei seu doce acalento toda a noite
E se você se perder
você pode segurar minha mão...

Eu estarei aqui quando o fogo queimar
(Dentro do seu coração)
Escalando colinas e montanhas
não se esqueça do que você aprendeu !

A vida nos faz sentir
o tempo que não podemos prender
Tempo nos faz viver um conto já contado
Tempo nos faz curar um sentimento por dentro
um sentimento que descansa em nosso coração
que nós roubamos...

Eu estarei aqui quando o fogo queimar
(Dentro do seu coração)
Escalando colinas e montanhas
não se esqueça do que você aprendeu !

A vida nos faz sentir (a vida nos faz sentir)
O tempo que não podemos prender
Tempo nos faz viver (tempo nos faz viver)
Um conto já contado
Tempo nos faz curar (tempo nos faz curar)
Um sentimento por dentro
um sentimento que descansa em nosso coração
que nós roubamos...

Edit: Segundo post da versão 1.0...

Reconstrução...

Hoje começo minha reconstrução pessoal. Eventos nefastos atuais me causaram danos possivelmente irreparáveis. Mas sigo em frente, faltando um pedaço. Somente me fortalecendo conseguirei buscar o pedaço que me falta...

Este espaço é simplesmente uma tentativa de fotografar o estado altual da minha mente fugaz... Capturando minhas idéias, opiniões e sentimentos para futura avaliação... Ou pra nada mesmo... Parado eu não posso ficar...

PS: Amanhã estréio minha Sony Cyber-Shot brand new! Pra colorir este espaço...

EDIT: Retirado da versão 1.0 tester...